Escola
Municipal de Ensino Fundamental
PROFESSOR
EURICO PINZ
Rua:
Arcindo Hass, 471 – Bairro São Miguel – Fraiburgo – Santa
Catarina
CEP:
89580-000 – Email: euricopinz@fraiburgo.gov.sc.br
MELHORANDO
A APRENDIZAGEM NAS DISTORÇÃO IDADE/SÉRIE.
Fraiburgo,
SC/ fevereiro/2012
APRESENTAÇÃO
A
Escola Municipal de Ensino Fundamental Professor EURICO PINZ,
juntamente com a Secretaria Municipal de Educação de Fraiburgo,
criaram o Projeto das Classes
de Aceleração, com
o objetivo de eliminar a defasagem idade/série entre os alunos das
(04) séries finais do ensino fundamental. As Classes de Aceleração
oferecem condições para que os alunos avancem no trajeto escolar,
buscando, assim, contribuir para a reversão do quadro de repetência
e evasão escolar e para que esse ensino cumpra sua função social,
atendendo às necessidades de aprendizagem de todos os seus alunos.
A
retenção do aluno favorece também o aumento da evasão.
Estatísticas educacionais revelam que, no Brasil, o aluno não
abandona precocemente a escola; na realidade, ele permanece, em média
de 6 a 4 anos antes de desistir da sua escolarização. E a evasão
ocorre quando o aluno se distanciou muito da série que seria
ajustada à sua idade. De outro lado, o que tem incrementado
erroneamente as estatísticas de evasão é o fenômeno denominado de
repetência branca, representada pelos alunos computados como
evadidos, mas que de fato abandonam a escola ao final do ano apenas
para evitar uma avaliação que os reprovaria, rematriculando-se no
ano seguinte na mesma série, como aluno novo.
Importante
salientar que é no âmbito da Proposta Pedagógica das Classes de
Aceleração que se busca concretizar os objetivos definidos para o
Projeto, dando àqueles que interromperam o fluxo do trabalho
pedagógico condições de retomá-lo, de aprender e de nele avançar.
Para isso, levam-se em conta as aquisições já obtidas pelos
alunos, estabelecendo pontos de chegada de aprendizagem que lhes
assegurem a possibilidade de continuidade de estudos.
Nesse
sentido, a definição do conteúdo curricular das Classes de
Aceleração pautou-se pelos objetivos do Ensino Fundamental de oito
anos e nove anos, identificando o que é fundamental ser desenvolvido
em termos de conceitos, habilidades, operações de pensamento,
hábitos ou valores - nos quatro últimos anos, para a garantia de
continuidade de estudos.
A
metodologia de ensino, concebida como formas de trabalho que atendam
a diferentes dimensões ou níveis de aquisição de conteúdos -
posto que se trata de alunos com trajetórias escolares diversas -,
comporta atividades diversificadas que favorecem a participação do
aluno no processo ensino-aprendizagem, enfatizando processos de
conhecimento e o desenvolvimento de sentimentos de segurança e
autoestima.
Uma
avaliação diagnóstica para identificação do estágio em que se
encontram os alunos no domínio de conteúdos antecede o planejamento
das atividades pelo professor, que pode propor tanto situações
gerais de aprendizagem com a classe toda, como situações de
trabalho diversificado, para pequenos grupos, para atender às
necessidades de aprendizagem específicas.
A
avaliação, vista como um acompanhamento permanente da aprendizagem
dos alunos, deve indicar seus progressos e dificuldades e orientar o
planejamento das atividades.
Este
Projeto, ao acolher os alunos que se encontram defasados em relação
à idade regular de matrícula, visa dar-lhes oportunidade de
retomar, com sucesso, o percurso escolar estabelecido no sistema de
ensino. Embora se reconheça que os índices de defasagem idade/série
atingem os maiores patamares da 5ª à 8ª série (6º ano e 9º
ano), procurando-se abrir um caminho para atuar sobre o problema da
repetência e da evasão, cuja raiz, sem dúvida, encontra-se nas
primeiras séries.
Levando
em conta os problemas expostos, a marca fundamental das Classes de
Aceleração deve ser oferecer a essa clientela um ensino adequado.
Esta adequação significa não uma educação compensatória, um
ensino menos exigente, mas, ao contrário, a possibilidade de um
ensino de conteúdo elevado, com atividades estimulantes e com
desafios significativos, que provoque expectativas mais positivas em
professores, alunos e pais.
Contudo,
o sucesso na retomada do trajeto escolar pelos alunos das Classes de
Aceleração por si só não garantirá o término da geração de
novas defasagens. É importante que todos os professores da escola
participem desse esforço. Por isso, toda a equipe escolar está
sendo chamada a rever o seu percurso, perceber avanços e
dificuldades na realização do trabalho pedagógico, retomar o
currículo, a organização do ensino e as formas de acompanhamento e
avaliação, elegendo alvos a atingir com todos os alunos.
Além
de atrair a escola como um todo, deve-se buscar o envolvimento da
família na discussão e acompanhamento do trabalho a ser
desenvolvido com seus filhos, a fim de que esforços e sucessos sejam
compartilhados. A importância do papel que os pais podem desempenhar
para o crescimento educacional dos filhos quase nunca é considerada
pela escola.
Nesta
Proposta, as famílias devem ser incentivadas a participar e a
recuperar a sua competência educadora. Trata-se, então, do
estabelecimento de uma nova relação entre escola e família,
transformando as baixas expectativas de parte a parte, hoje
existentes. Por se acreditar que o quadro atual pode ser alterado, o
Projeto tem uma duração previamente definida em dois anos, podendo
ser alterado mais. Este documento apresenta a concepção e as
condições para implementação das Classes de Aceleração.
Contudo, cabe à escola criar as condições mais importantes para
transformar a situação atual, porque é nela que se realiza
concretamente o ato educacional.
OBJETIVO
GERAL:
- Recuperar a trajetória dos alunos em situação de defasagem através da criação de classes que desenvolvam uma proposta de aceleração de aprendizagem, que lhes possibilite avanços reais, reintegrando-os no percurso regular normal.
OBJETIVOS
ESPECIFICOS:
- Corrigir a defasagem entre idade e série dos alunos.
- Garantir a aprendizagem dos conteúdos básicos.
- Possibilitar uma aprendizagem de qualidade a todos os alunos envolvidos.
- Melhorar a qualidade de vida dos alunos.
I
- PRINCÍPIOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS:
- O professor deve mobilizar interesses, ativar a participação, desafiar o pensamento, instalar o entusiasmo e a confiança, possibilitar acertos, valorizar os avanços e melhorar a autoestima dos alunos.
- O processo ensino-aprendizagem só se modifica de fato quando se compreende o conhecimento como um processo dinâmico, vivo, de interações entre o sujeito que conhece e o objeto a ser conhecido; trata-se de relações em que intervêm o sujeito, com seu conhecimento anterior, e mais todo o ambiente social, incluindo as outras pessoas e os dados novos.
II
- CONCEPÇÃO DAS CLASSES DE ACELERAÇÃO
1.
Critérios para Identificação da Defasagem Idade/Série
Estão
sendo considerados alunos com defasagem idade/série aqueles que
tenham ultrapassado em dois anos ou mais a idade regular prevista
para a série em que estão matriculados.
2.
Organização das Classes de Aceleração
As
classes devem ser organizadas em dois níveis: Aceleração I
(matriculados alunos de 6º ano e 7º ano) e Aceleração II
(matriculados alunos de 7ª série e 8ª série).
3.
Formação das Turmas
A
formação das turmas deve obedecer rigorosamente
às
séries de origem, indicadas para as Classes de Aceleração I e
Aceleração II. Considerando o critério definido para identificação
da defasagem idade/série dos alunos, a idade
mínima para
encaminhamento para a Classe de Aceleração I é de 13 anos e para a
Classe de Aceleração II, de 15 anos.
Cada
turma será composta de um mínimo de 20 e um máximo de 25 alunos.
4.
Carga Horária
As
Classes de Aceleração terão cinco aulas diárias com um tempo de
45 minutos cada uma.
5.
Promoção dos Alunos
Os
alunos das Classes de Aceleração devem cumprir, no mínimo, 75% de
frequência em relação ao total dos dias letivos e atingir os
níveis de aprendizagem estabelecidos pela Proposta Pedagógica das
Classes de Aceleração. O concluinte da Aceleração I deverá estar
apto para cursar a classe de aceleração II ou 8º ano, e o
concluinte da Aceleração II deverá estar apto para cursar o ensino
médio.
6.
Avaliação da Aprendizagem
A
avaliação de desempenho dos alunos será semestral e realizada
através de um acompanhamento permanente da aprendizagem, com o
registro de seus progressos e dificuldades e norteada por parâmetros
estabelecidos a partir dos objetivos fundamentais dos componentes
curriculares.
Avaliação
• diagnóstico
das aprendizagens;
• processo
de avaliação;
• marcos
da aprendizagem;
• avaliação
final - pontos de chegada.
III
-PROCEDIMENTOS E CRITÉRIOS PARA ATRIBUIÇÃO DAS CLASSES DE
ACELERAÇÃO
A
atribuição das Classes de Aceleração deve ser realizada pela
direção da escola.
Os professores das Classes de Aceleração devem ter:
• efetivo
interesse em assumir a docência dessas classes e comprometimento com
o trabalho;
• experiência
profissional com alunos do ensino fundamental;
3.
Acompanhamento Pedagógico
É
desenvolvido um acompanhamento das salas através da coordenação da
unidade escolar, bem como as coordenadoras da secretaria de educação,
para o desenvolvimento da Proposta Pedagógica das Classes de
Aceleração.
Proposta
Pedagógica das Classes de Aceleração
• pressupostos
básicos;
• componentes
curriculares - pontos norteadores.
• desenvolvimento
de atividades dos componentes curriculares.
Planejamento
• processo
de planejamento articulado ao processo de avaliação;
• roteiros
de classe e registro do aluno e do processo de trabalho.
Alfabetização
• concepção;
• análise
das produções dos alunos.
A
Prática do Professor no Desenvolvimento dos Componentes Curriculares
• análise
das dificuldades e avanços.
VI
- DESENVOLVIMENTO DA PROPOSTA
1.
Procedimentos para a Implantação da Proposta na Escola
Os
procedimentos para a implantação da Proposta na escola devem
obedecer aos seguintes passos:
• Planejamento
das Classes de Aceleração
Identificação
dos alunos com defasagem idade/série matriculados na escola e que
tenham acima de dois anos de atraso em seus estudos.
• Formação
das Classes de Aceleração
O
único critério para definição dos alunos que frequentarão as
Classes de Aceleração é o da idade defasada em relação à série
em que está Matriculado.
• Divulgação
da Proposta
A
direção da escola deve divulgar a Proposta junto a todos os
professores e funcionários; os professores, por sua vez, fazem a
apresentação aos alunos. A direção, coordenação e os
professores responsáveis devem encaminhar aos pais as informações
sobre os alunos que passarão a frequentar essas classes. A Proposta
deve ser apresentada à comunidade escolar e aos pais como uma ação
que visa criar condições pedagógicas de trabalho com alunos
defasados/repetentes, possibilitando-lhes dar continuidade a sua
trajetória educacional.
Para
evitar a estigmatização dos alunos das Classes de Aceleração pelo
restante do alunado, é importante fazer a apresentação da Proposta
ao conjunto dos alunos e professores da escola. A ideia central a ser
passada é a de que os alunos das Classes de Aceleração
trabalharão, mais intensamente, em atividades e com materiais
apropriados à sua faixa etária para avançarem no trajeto escolar.
2.
Acompanhamento e Avaliação da Proposta
O
acompanhamento sistemático junto à escola é de responsabilidade
dos supervisores de ensino, em parceria com diretores e
professores-coordenadores. A equipe coordenadora do Projeto, por sua
vez, faz o acompanhamento através de dados e informações a serem
colhidos junto a escola.
V - DESENVOLVIMENTO
1ª
etapa
Diagnóstico
e divisão das turmas
Organizar um levantamento
para saber o número de alunos com histórico de repetência. Para
isso, usar os registros e dados da escola. Se houver uma quantidade
significativa de estudantes nessas condições, formar classes de
aceleração agrupando os alunos com idades próximas numa mesma
turma. Eles farão uma prova específica, preparada pela equipe
pedagógica, para conhecer as dificuldades e os conteúdos que terão
de ser mais trabalhados.
2ª
etapa
Mobilização
das famílias
Chamar os pais para
conhecer o programa e mostrar os objetivos. Cabe a eles decidir sobre
a participação do filho no projeto. Durante o ano, manter contato
com os familiares para que eles relatem o que observam em casa em
relação à aprendizagem, ao comportamento e às eventuais
dificuldades.
3ª
etapa
Preparação
da equipe
O projeto foi elaborado
pelo diretor em parceria com a coordenação pedagógica e os
professores envolvidos, prevendo as metas a serem atingidas, o
cronograma e as responsabilidades de cada um. Apresentar a ideia
inicial para toda a equipe docente, mostrando a importância da
iniciativa para reintegrar os alunos com histórico de fracasso
escolar (e abrir espaço para receber sugestões e fazer ajustes).
Coordenadores pedagógicos e professores são peças-chave, pois cabe
a eles sugerir as adaptações curriculares e traçar as estratégias
de ensino. A resistência inicial pode ser grande, já que a proposta
envolve mudanças na grade, nas atribuições das aulas e também um
esforço para adaptar estratégias pedagógicas. Deixar claro que a
equipe gestora apoiará o processo, oferecendo condições de
trabalho.
4ª
etapa
Adaptação
do currículo
Selecionar o que é
fundamental para que os alunos aprendam é a base do projeto. Usar
como referência o currículo da rede e trazer para consulta
propostas elaboradas para a Educação de Jovens e Adultos, já que
elas apresentam uma condensação de conteúdos. Acompanhar o
trabalho dos professores e coordenadores pedagógicos, garantindo a
presença no programa dos conteúdos básicos de cada disciplina para
que os estudantes possam, depois, acompanhar as classes regulares
após a correção de fluxo. Os encontros de planejamento e formação
continuada são os mais adequados para moldar o currículo. Por isso,
garantir a regularidade desses momentos, é fundamental para as
adaptações necessárias.
5ª
etapa
Acompanhamento
Para acompanhar a
frequência e o desempenho dos estudantes das classes de aceleração,
pedir que os professores elaborem relatórios individuais, com
informações sobre o progresso de cada aluno. Esses documentos são
úteis nas reuniões de trabalho coletivo e servem de base para
promover a readequação da prática em sala de aula. Os
coordenadores pedagógicos, além de auxiliar na adaptação do
currículo, orientarão a equipe docente, sendo responsáveis por
observar o andamento das atividades em sala de aula. O diretor
coordena todo o processo e divide com o coordenador educacional o
contato com as famílias e as mudanças de estratégias para incluir
e ajudar o estudante.
6ª
etapa
Flexibilização
da avaliação
A avaliação dos alunos
das classes de aceleração deve ser a mais ampla possível.
Inicialmente aplicar um diagnóstico para detectar o nível de
conhecimento dos alunos e posteriormente provas específicas
elaboradas com base nos conteúdos trabalhados em sala de aula,
elaboração de trabalhos em grupo, relatórios de passeios de
estudos (empresas, parques, museus e demais visitações), e
finalmente acompanhamento de atitudes importantes para o
desenvolvimento do perfil de estudante, responsável por 20% do
conceito geral do aluno, em que são avaliados o cuidado com os
materiais, a participação nas aulas, a presença e outros
comportamentos.
VI - AVALIAÇÃO DO
PROJETO
A medida do sucesso do
projeto de aceleração é a aprendizagem dos alunos. A diminuição
da evasão e a frequência são índices importantes e devem ser
monitorados pelos gestores. A participação em avaliações
externas, como a Prova Brasil, também serve para indicar se houve
avanço.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
Diretrizes
para a avaliação e parâmetros para encaminhamento dos alunos das
classes de aceleração. Módulo 3.
São Paulo: SE/FDE, 1998. 9p.
Documento
de implantação das classes de aceleração. Reorganização da
trajetória escolar no ensino fundamental: classes de aceleração,
documento de implantação.
São Paulo: SE, 1998. 11p.
http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf
http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/pceb011_00.pdf